O brasiliense Caio Bonfim fez história nas ruas de Paris, na França, na madrugada desta quinta-feira (1º). Ele conquistou a medalha de prata na marcha atlética de 20 km para o Brasil — a primeira da história para o país.
Antes de alcançar esse feito no esporte, Caio superou muitas adversidades. O marchador teve meningite aos sete meses de idade e enfrentou duas pneumonias graves.
Durante sua primeira infância, Caio não consumiu derivados de leite devido a uma intolerância à lactose, o que enfraqueceu seus ossos. Sem a suplementação adequada de cálcio, suas pernas ficaram arqueadas.
O ortopedista Álvaro Nomura, que tratou Caio, relembra que “a deformidade chamava muita atenção”. Aos 3 anos, Caio passou por uma cirurgia e teve as pernas realinhadas com gesso. Os médicos acreditavam que ele teria dificuldades para caminhar, muito menos para marchar.
Atualmente, Caio vive em Sobradinho, no DF, com a esposa e os filhos, e é treinado pelos pais. Seus treinos ocorrem nas ruas da cidade e no estádio Augustinho Lima, onde o projeto Centro de Atletismo de Sobradinho, organizado pela família Bonfim, também é realizado.
Durante a prova, Caio esteve entre os líderes o tempo todo, puxando o pelotão da frente em vários momentos. Com duas punições na reta final, a prova foi emocionante até o fim, com Caio lutando pelo ouro até os últimos metros.
Caio subiu ao pódio em Paris com a prata, terminando a prova em 1h19m09s, 14 segundos atrás do equatoriano Brian Daniel Pintado, que conquistou o ouro com 1h18m55s.
Caio Bonfim se tornou o primeiro atleta brasileiro a subir ao pódio pela primeira vez na carreira em sua quarta participação. Ele já havia competido nos Jogos de Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2021, e finalmente conquistou sua primeira medalha em Paris.
